sexta-feira, 4 de junho de 2010

Literatura Pernambucana - IV (DEBORAH BRENNAND)


DE AMARELO

Hoje devo me vestir de amarelo:
espantar os olhos negros da solidão,
tal a luz do girassol de ouro dourado
que abre pétalas iluminando nuvens.

Quem saberá (nem ela mesma) o artifício
usado para enganá-la? Sonhos? Jardins?
Não digo. Hoje me visto de amarelo
e vou, nos ramos, entoar da ave o canto.

Quero espantar olhos de solidão
que vem das grutas e abandona montes
para comer a relva rubra do meu coração.
Mas hoje, de amarelo, espantarei a fera

Fugindo, à procura de outra vítima:
Quem sabe, a mata?

Um comentário:

  1. Eu já vesti amarelo pra ficar alegre. Será que existe algum estudo sobre a influência das cores nos vestuários e o humor dos usuários?

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