DE AMARELO
Hoje devo me vestir de amarelo:
espantar os olhos negros da solidão,
tal a luz do girassol de ouro dourado
que abre pétalas iluminando nuvens.
Quem saberá (nem ela mesma) o artifício
usado para enganá-la? Sonhos? Jardins?
Não digo. Hoje me visto de amarelo
e vou, nos ramos, entoar da ave o canto.
Quero espantar olhos de solidão
que vem das grutas e abandona montes
para comer a relva rubra do meu coração.
Mas hoje, de amarelo, espantarei a fera
Fugindo, à procura de outra vítima:
Quem sabe, a mata?
Eu já vesti amarelo pra ficar alegre. Será que existe algum estudo sobre a influência das cores nos vestuários e o humor dos usuários?
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